É aquela koisa...

Domingo, final de tarde. Se eu parasse de escrever agora, algumas pessoas já veriam melancolia, poesia, drama, suicídio, tédio ou qualquer outra característica que se possa atribuir a este dia. Para mim é o pior dia da semana; talvez porque lembre que a segunda está perto e vou ter que recomeçar a minha rotina, talvez porque na maioria das vezes esteja de ressaca ou nervoso sem motivo, ou simplesmente porque tenho preconceito com esse dia e ponto final. Calma!!! Não vim aqui pra falar de mais um domingo chato ou o tédio que tive. Relaxe pegue seu bloco de anotações com minha foto na capa (naquela pose natural), abra na página certa, prepare a caneta, pois enfim o texto vai começar e você vai, agora, fazer suas almejadas anotações.

Hoje decidi postar algo no blog. As pessoas já estavam irritadas, ligando para o meu celular direto, fazendo passeatas, carreatas, manifestações mundo a fora e até pendurando faixas de protesto na porta da minha casa, enfim, desesperadas. Vendo o andamento da situação, pego algumas de minhas folhas rabiscadas e levo até a mesinha do computador. – “Esse não, tenho que melhorar muita coisa...”; “Se for pra postar isso, é melhor ficar sem postar!”. A todo o momento eu parava porque estava meio confuso, meio down. As imagens da última noite não paravam de chegar a minha cabeça na forma de flashes, como se aquele momento fosse mais um capítulo do Lost. Toda essa confusão somada à depressão do domingo, fez com que eu desistisse de redigir um texto já existente e criasse outro, algo que falasse de sentimentos, paixões e todas essas koisas.

Nunca soube muito bem exteriorizar minhas emoções no que diz respeito a amores e afins. Geralmente, eu conheço uma mulher (ainda bem), acho ela gente boa, ela gosta de mim, marcamos uma saída descompromissada, fico meio perdido para “chegar” nela e pronto, eu parto pra guerra. Se acontecer e der certo, ok, mas se não, eu posso até ficar um tempo no buraco, mas logo dou a volta por cima (lógico que isso depende do nível de “abestalhamento” que estou pela pessoa). Então a partir daí quando estou com alguém, seja apenas em um fica sério ou mesmo num namoro, eu consigo realmente gostar da pessoa, passar carinho, dedicação, segurança, dentre outras koisas que toda mulher diz gostar em um homem. Tudo transcorre bem, até que um dia não dá mais certo, apesar de eu ser “um cara fantástico, maravilhoso e etc.” (o bom do fim de um relacionamento é porque você escuta todas as qualidades possíveis e inimagináveis). Depois de algumas experiências positivas e negativas, observei que as crises, os finais dos relacionamentos sempre resultam em criações artísticas que, na maioria das vezes, você não sabia que era capaz, por exemplo, de escrever, pintar, desenhar, ou seja, fazer alguma exteriorização através da arte, que nunca tinha feito. Sim, estou vendo um lado positivo, pois como disse em capítulos anteriores, encarar a vida com uma óptica positiva é sempre válido. E enquanto esse setor da minha vida não muda, o meu último romance (sim, plagiei dos Los Hermanos mesmo) se manteve nesse mesmo ritmo. Me apaixonei na pior fase: quando disse que não queria me apaixonar e durante todo o tempo, o destino não tava nos ajudando muito. Infernos astrais? Universos diferentes? Ou simplesmente porque não era para dá certo mesmo? Não sei e não me importo, não agora. No momento eu só quero prosseguir forte e tentar esquecer... ou quem sabe passar alguns dias, meses ou anos me lamentando para no futuro olhar para trás e perceber, como é tolo e ao mesmo tempo, sábio, aqueles que apenas se apaixonam, amam, se entregam. Todo mundo um dia já foi um tolo desses, ou talvez ainda seja. Isso não é ruim, isso é viver o momento e ter história pra contar.

Mas como de praxe, você já voltou para o início do texto, coçou a cabeça, acendeu um cigarro, ficou meio tenso e ainda não identificou uma total ligação à “noite anterior”, a qual fiz citação. Pois é, a noite anterior foi apenas uma designação que dei para um dia, onde estava no meio de uma oscilação de sentimentos monstruosa. – “Agora tenho certeza que vai dá certo”. - “Nunca. Agora vi que nunca vai dá certo...”. - “Mas eu gosto mesmo, se não gostasse não teria vindo até aqui ou feito tudo isso”, - “Não, gosto nada, sou apenas uma pessoa legal que tinha que parecer atencioso”. Isso tudo era apenas pra me deixar um pouco atordoado e ok. Porém dessa vez foi diferente, realmente me perturbei mais que o normal. E influenciou até no meu blog. Mas enfim, tudo isso teve um lado bom: agora tenho um texto que fala um pouco de amor, paixão, aflição. Um tema que um dia todo mundo tem que escrever. Sabe, com esse texto não quero parecer um recalcado, mal amado ou coisa do tipo. Apenas deu vontade de escrever e fui escrevendo. Então, até o próximo capítulo.